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Arquitetos: Plano Humano Arquitectos
- Área: 1729 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:João Morgado
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Centro Pastoral de Moscavide consagra no seu programa funcional salas de catequese, capelas mortuárias e a residência paroquial, e surge da necessidade de servir estas valências.
A estreita proximidade e ligação com a Igreja de Santo António de Moscavide, edifício em vias de classificação enquanto imóvel de interesse nacional, ditou premissas de diálogo e enquadramento, e ainda assim de destaque das duas construções, enquanto marcos de duas épocas, que embora distintas, dialogam e se complementam enquanto ponto de referência na comunidade.
Conceptualmente procurámos um volume extremamente simples, que dialogasse com a igreja também pela sua forma algo monolítica, mas que apresentasse pormenores de atualidade, nomeadamente quanto à materialidade, à volumetria dos espaços, e ao encontro do edifício com a luz natural, que foi uma constante procura durante todo o projecto.
As diferenças de uso do interior dos espaços, pelas suas diferentes valências, ditaram a disposição programática na progressão dos espaços mais públicos para os mais privados, deixando a tardoz, em ambiente mais isolado e introspetivo, o acesso às capelas mortuárias.
Pela Avenida de Moscavide acede-se à entrada principal do edifício, e também à residência paroquial, que acaba por atravessar todo o centro, assim em estreita ligação com este.
A grande claraboia central, que unifica todo o espaço, remete para o interior do edifício uma luz alta, forte e sempre presente.
Os jogos de luz nas capelas da ressurreição fazem uma analogia clara à passagem litúrgica que testemunham, caracterizando o espaço e alentando o momento.
As esbeltas lamelas que revestem toda a fachada do edifício desmaterializam e suavizam a sua volumetria austera, conferindo-lhe uma atmosfera leve, espiritual e incorpórea. Para o interior dos espaços conferem a sensação de resguardo e introspeção, usufruindo ainda assim da vista e da luz.
O resultado final é um edifício de linhas simples, depuradas e leves, autêntico e quase rude em termos de materialidade, que aliado ao trabalho volumétrico dos espaços, e aos jogos de luz, natural e artificial, resulta num edifício gráfico, que nos transporta para uma atmosfera etérea, litúrgica e iconográfica.